Sempre mochilei por este mundão afora. Todavia foi a primeira vez que experiencei com um bebê. Confesso que estava um pouco apreensiva: como será trocar fraldas em lugares remotos, preparar mamadeira, ir para lá e para cá de avião, metro, monorail, trem, barco, ferry, ônibus, scooter, carreta de caminhão... Sim, porque estes foram todos os meios de locomoção utllizados na nossa trip.
Bom, devo dizer que foi melhor do que eu imaginava. Primeiro porque os bebês se adaptam muito bem, melhor dos que adultos muitas vezes. Segundo, porque eles são carregáveis. Colocava a Luna na mochila, mapa num bolso, água, mamadeira e comidinha no outro e pronto! E por último, a Ásia é um dos melhores lugares exóticos para se viajar com criança. Os asiáticos em geral (incluindo adolescentes, velhos, alternativos) são extremamente amigáveis com bebês. Por onde passávamos, ou paravámos, havia alguém querendo tocar, ou segurar, ou tirar foto com a Luna. Ficamos impressionados!
Isto nos deu oportunidade de se misturar com os locais e aprender muito da cultura dos países que passamos.
Nossa viagem iniciou-se em Cingapura. Quente, húmida e formada por chineses, indianos e malays. Moderna e com excelente transporte público, entrecortados por gigantes shopping centres. Parte da cidade foi construída no mar e até uma ilha artificial foi criada. Ficamos 3 dias.
Depois de Cingapura, subimos de trem para Kuala Lumpur, capital da Malásia que é extremamente muçulmana. Uma em cada 3 mulheres tinha panos na cabeça ou no corpo inteiro, mostrando somente os olhos. Fiquei encantada (ou chocada?) de ver aquelas mulheres totalmente cobertas naquele calor de 40 graus!
Da Malásia, pegamos um avião teco teco para Tailândia onde passamos 1 mês. Eu simplesmente me deliciei no país com a apetitosa e baratíssima comida (muitas delas custavam menos de 2 dólares) e as acomodações luxuosas que nos hospedamos por preços de pinga.
Tomar coquetel dentro da piscina que ficava a um metro do mar rodeada por coqueiros; passeio no traseiro de elefantes e descida de rio em cima de bambus; visita a cidades cheio de macacos, templos budistas antigos e vilas com mulheres girafas usando argolas no pescoço. Rodar uma ilha inteira num motoquinha; fazer rafting num rio vermelho em que meu coração estava quase saindo da boca com a força das corredeiras foram algumas das atividades realizadas. Até participamos de umas das festas mais famosas do mundo na praia, o Full moon party! Yeap, fomos com a Luna na nossa motoquinha.
Esta festa acontece toda lua cheia e viajantes do mundo inteiro vai para dançar eletrônico, descabelar, beber ou curtir a compania da velha marijuana (ou algo mais forte) ou simplesmente assistir o movimento - que foi o nosso caso. Por conta das drogas, a segurança é fortificada na vila aonde ocorre o evento. Estávamos Marlon, Luna no meio dos dois parecendo uma salsicha e eu. A polícia parou todas as scooters na nossa frente. Quando nos viu e percebeu que havia um bebê no meio da gente, o policial arregalou os olhos, sorriu espantado e finalmente disse: oh, baby? Go, go! Bom a Luna nos salvou de uma vistoria da polícia. Foi bizarro!
Olha, realmente me surpreendi com a Ásia. O meu maior medo quando tive um bebê era de que isto iria matar o meu espírito de viajante. Que nada! Fortaleceu. Porque agora eu quero mostrar o mundo a ela! Que venha a próxima trip!